X-Men: A era Jim Lee
![]() X-Men 1 - 8 milhões de exemplares vendidos!!! |
![]() X-Men 2 |
![]() X-Men 3 |
![]() Uncanny X-Men 274 - Vampira e Magneto na Terra Selvagem |
![]() UNcanny X-Men 275 - Uma nova fase |
![]() Uncanny X-Men 280 - O fim de uma era |
![]() A passagem de Jim Lee pelos mutantes ficou na história dos personagens |
Um dos quadrinhistas mais influentes e populares dos últimos tempos, o sul-coreano Jim Lee divide opiniões: é considerado tanto o desenhista ideal para gibis de super-heróis quanto um símbolo da degradação do gênero no início dos anos 90. O fato é que, a exemplo do que ocorre com qualquer artista inovador, seu estilo foi copiado exaustivamente até se tornar lugar-comum.
Como garantia de sucesso fácil, heróis mal-encarados, mulheres sensuais de proporções improváveis em trajes sumários e cenas de ação constante predominaram em histórias cujo roteiro era apenas desculpa para a próxima seqüência de pin-ups. Assim ocorreu após o lançamento do segundo título mensal dos X-Mendesenhado por Lee, cuja edição de estréia vendeu mais de 8 milhões de exemplares nos Estados Unidos, e da revista X-Force, da estrela em ascensão Rob Liefeld.
Ao lado de Erik Larsen, Todd McFarlane, Marc Silvestri e Jim Valentino, os dois criaram a Image Comics em 1992, para narrar histórias com personagens próprias, livres de intervenção editorial. E na maioria dos casos, livres também de um texto coerente ou qualquer originalidade. Paralelamente, a Marvel Comics continuou a explorar o filão mutante, expandindo a linha com uma profusão de mini-séries e novas séries regulares. Em razão de todos esses excessos, fica fácil esquecer as qualidades inegáveis do trabalho de Jim Lee nos X-Men, especialmente das histórias memoráveis que produziu ao lado de Chris Claremont.
Mais do que uma relação apenas harmoniosa, a colaboração dos dois foi efetivamente sinérgica. O talento natural de Claremont para caracterizações e relacionamentos de personagens a longo prazo ganhou nova vida com o estilo mais nervoso e direto de Lee. O caráter novelesco foi, então, substituído por histórias de alto impacto na vida dos heróis. O traço explosivo do desenhista marcava o clima de ansiedade e dinamismo. O roteirista garantia tridimensionalidade aos protagonistas.
A NOVA FASE
Mesmo no meio de imensos crossovers, a dupla se destacava, fato comprovado na edição que apresentou o visual oriental da telepata Psylocke, no evento Atos de vingança, e em Programa de extermínio, saga que reuniu X-Men, X-Factor e Novos Mutantes, aprisionados em Genosha. Não obstante, os principais destaques do período envolvem a reformulação estrutural das equipes mutantes, o retorno doProfessor Xavier e de Magneto como seu arquiinimigo e oposto ideológico. Na época, os cinco X-Men originais,Ciclope, Jean Grey, Fera, Homem de Gelo eArcanjo, ainda formavam o X-Factor; Xavier estava no espaço, ao lado de sua amada Lilandra; e Magneto, após liderar os Novos Mutantes, buscava defender a causa mutante de forma menos agressiva.
Uma nova fase teve início em Uncanny X-Men 275, que corresponde a edição X-Men 72, publicada em outubro de 1994 pela Editora Abril. Enquanto os X-Men lutavam e reencontravam seu mentor no espaço, Magneto participava de uma missão na Terra Selvagem, ao lado da S.H.I.E.L.D. e de Vampira. Ao executar friamente uma oponente, o Mestre do Magnetismo afirmou sua postura definitiva, a de que a piedade não teria mais vez em sua guerra, e para o Inferno com o sonho de coexistência pacífica entre humanos e mutantes.
O momento de tensão foi exemplo notável de que Jim Lee sabe também trabalhar expressões faciais. Se não é indicado para cenas de vida cotidiana, tampouco é artista apenas de poses como gostam de alfinetar seus detratores.
AZUL, DOURADO, MILITARISMO E MUTANTES GOVERNAMENTAIS
Na trama do X-Factor, desenhado por Whilce Portacio, mas também escrito por Claremont e Lee, o filho pequeno de Ciclope, Nathan, é contaminado por um vírus tecno-orgânico desenvolvido pela entidadeApocalipse e levado ao futuro por uma representante do Clã Askani, para quem a criança era uma espécie de messias. Nathan seria, de fato, o truculento Cable, que estava aparecendo nas histórias dos Novos Mutantes, bem mais velho do que o pai. Desnecessário dizer que a idéia gerou confusão, mas, em retrospecto, não chega a estar entre as mais complicadas da mitologia mutante.
Logo em seguida, o Professor Xavier voltou à Terra na companhia dos X-Men para enfrentar o Rei das Sombras, criatura capaz de insuflar o ódio no coração dos inocentes. Em